Provavelmente em algum momento desses últimos meses você deve ter notado que tem se falado na terminologia ESG, principalmente se você é do setor empresarial.
Caso não, se você se preocupa com a sua empresa, é importante que tenha conhecimento desse movimento e como ele afeta (e vai cada vez mais) os seus negócios.
Mas afinal, porque o tema ESG está tão aquecido, e o que ele tem a ver com a sua empresa?
A sigla ESG significa Environmental, Social and Governance, e no nosso vocabulário, Ambiental, Social e Governança Corporativa, por isso também se pode encontrar como ASG.
Apesar de estar se falando com mais frequência nos últimos tempos, o termo ESG surgiu em 2004 no documento Who Cares Wins criado pelo Pacto Global da ONU.
A intenção era provocar a reflexão, nas 50 principais instituições financeiras do mundo, a integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
Para isso, deveriam ser promovidos estímulos ao setor empresarial para que houvesse uma conscientização em minimizar os impactos negativos e potencializar os positivos, repensando projetos e ações a fim de gerar mais impactos positivos nas 3 frentes do ESG, como uma nova demanda do mundo dos negócios.
O cenário da atual demanda, portanto, confirma essa questão levantada à época, pois dados comprovam que as recentes gerações (Millennials e Z – vanguardas do consumo consciente), demonstram forte interesse em investimentos sustentáveis, sendo os três temas de maior atenção: o meio ambiente, pautas sociais e questões políticas e com isso demonstram os rumos de exigência consumerista de uma marca.
Segundo pesquisa realizada plataforma Stilingue, afirma-se que nos dois últimos anos, só em redes sociais, as discussões sobre o tema ESG cresceram seis vezes mais de um ano para o outro, e isso implica em repercussão de menções a marcas sendo citadas de forma positiva e negativa.
Para a empresa, isso significa que investir nesse seguimento ESG e adotar uma prática corporativa responsável, já é uma realidade que traz resultados financeiros significativos.
Segundo a Rede Brasil do Pacto Global, em estudo apresentado em abril deste ano, as 5 iniciativas mais identificadas nas empresas são: a criação de mecanismos internos de compliance e governança que inibam práticas desleais dentro das empresas, a gestão de resíduos (reciclagem e reaproveitamento de insumos), a criação de comitês e instâncias de governança que contribuam para integridade da organização, o apoio emergencial à Covid-19 e o apoio às comunidades do entorno.
Ou seja, se o tema de sustentabilidade, especialmente como práticas empresariais, se apresentava num contexto um pouco abstrato, com a crise instaurada pela pandemia do covid-19, houve um despertar para as questões de sustentabilidade e a mobilização do mercado, que já vem adotando práticas em um movimento sem volta, pois os resultados já podem ser vistos e mensurados.
Muito embora as práticas ESG sejam mais visíveis nas grandes empresas, as de pequeno e médio porte também devem se adequar ao movimento, pois além da certeza de agregar valor ao negócio, coloca a empresa em destaque para receber investimento externos, como acontece com startups engajadas com o tema que movimentam milhões no mercado financeiro.
E então, o ESG já é um tema de reflexão da sua empresa?
Autoria: Paula Luchina Hoeschl – OAB/SC 44.555
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